🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que Comissão de Direitos Humanos mandou prender estudante que bateu em assaltante em MG

Por Alexandre Aragão

29 de novembro de 2018, 16h59

Não é verdade que o estudante que agrediu um assaltante em Belo Horizonte, na última quinta-feira (22), foi preso a pedido de uma Comissão de Direitos Humanos em Minas Gerais em decorrência dos socos e chutes que desferiu no ladrão.

As agressões foram registradas por uma câmera de segurança e também pela própria vítima do assalto, que entrou em luta corporal ao perceber que a arma do ladrão era falsa. Conforme registrou o jornal Estado de Minas, após trocar socos e dar chutes na cabeça do assaltante, o rapaz chamou a polícia. O assaltante foi atendido no hospital e, depois, preso em flagrante.

Diferentes versões da notícia falsa foram publicados em sites como Blog do Alex Ramos, Poções 24 Horas e O Congresso e, juntas, foram compartilhadas mais de 40 mil vezes no Facebook. Denunciados por usuários da rede social, os conteúdos foram classificados por Aos Fatos com o selo FALSO na ferramenta de checagem (entenda como funciona).

Leia abaixo, em detalhes, o que checamos.


FALSO

Comissão de Direitos Humanos manda prender jovem que agrediu assaltante em MG

A notícia falsa afirma que a “Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, por meio de um pedido feito junto à promotoria de Belo Horizonte, conseguiu autorizar a prisão do estudante de 21 anos que reagiu a um assalto com arma de brinquedo e espancou o bandido”. A informação é falsa: o estudante não foi preso.

Além disso, não há nenhum órgão chamado “Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais”. O mais próximo disso seria a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais ou a Secretaria de Direitos Humanos do governo de Minas Gerais, que não se manifestaram nesse sentido.

Na versão falsa também é citado o nome de uma mulher que seria presidente dessa comissão. Segundo os textos falsas, ela se chamaria Gizelle Rosário Leitte e teria defendido o assaltante. Porém, não há nenhum membro com esse nome nos órgãos estaduais de direitos humanos citados acima.

De acordo com o Estado de Minas, o estudante de 20 anos estava indo para a aula na faculdade quando foi abordado pelo assaltante, de 21 anos. Os nomes de ambos não foram divulgados. As imagens da câmera de segurança mostram que o estudante entra em luta corporal com o assaltante que, após levar um soco no rosto, cai no chão.

Em seguida, o estudante dá chutes na cabeça do assaltante. “É isso aqui que nós faz com ladrão aqui no [bairro] Camargos. Tá pensando o quê? Vai roubar o quê? Vem com réplica [de arma] pro meu lado aqui que vai tomar é toda hora. Aqui não tem bobo não”, afirma o estudante em um vídeo gravado por ele próprio.

Após a polícia chegar, o assaltante foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento a fim de checar se ele havia sofrido alguma fratura. Ele foi liberado depois de receber sutura nos cortes e fazer exames, que não apontaram nenhuma lesão grave. Ele foi preso em flagrante por tentativa de assalto.

Outros sites de checagem, como o Boatos, o e-farsas, e a agência Lupa, também desmentiram os textos falsos.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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