Posts enganam ao tentar associar Marcelo Freixo com assassinato de Marielle Franco

Por Marco Faustino

26 de março de 2024, 16h20

Circula fora de contexto nas redes o relato do presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PSB), que disse ter ligado para um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco na noite do crime. As peças enganosas omitem o teor da ligação e fazem crer que Freixo está associado às mortes. A Polícia Federal em nenhum momento relacionou Freixo à morte da vereadora. O que Freixo afirmou foi que ligou para o então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o delegado Rivaldo Barbosa, para comunicar a morte de Marielle.

Posts com o conteúdo fora de contexto acumulavam 2.000 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (26). As peças enganosas circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

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Selo não é bem assim

Bomba na esquerda! Freixo ligou para um dos envolvidos no assassinato da Marielle Franco na noite do crime

Posts tiram de contexto relato de Marcelo Freixo sobre ligação telefônica para Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, para associá-lo à morte de Marielle Franco

Posts nas redes enganam ao fazer crer que Marcelo Freixo tem envolvimento no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Os posts enganosos citam o fato de Freixo ter afirmado que ligou para Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na noite do crime. A associação, no entanto, é enganosa.

O relatório final da PF não relacionou Freixo aos assassinatos. O ex-deputado não é suspeito nem investigado pela morte da vereadora. Além disso, Freixo afirmou somente que ligou para Rivaldo para comunicar a morte de Marielle Franco, de quem era amigo e aliado político.

“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, escreveu Freixo em seu perfil no X (ex-Twitter), no domingo (24).

A operação da PF realizada no último domingo prendeu o delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de planejar o crime e atrapalhar as investigações. Também foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Brazão e o seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), em razão da suspeita de serem os mandantes do assassinato de Marielle.

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Barbosa era chefe do Departamento de Homicídios e assumiu a chefia da Polícia Civil em 13 de março de 2018, um dia antes da morte da vereadora. Ele foi nomeado pelo então interventor federal do Rio, o general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil, durante o governo Bolsonaro (2019–2022).

Os mandados de prisão foram expedidos pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes após investigação da PF, que assumiu o caso no ano passado. Os desdobramentos ocorreram após a homologação da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, preso desde 2019 e apontado como o possível autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.

Referências:

1. X
2. g1 (1, 2 e 3)

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