🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Haddad não disse que governo analisa regulamentar casas de prostituição

Por Milena Mangabeira

7 de junho de 2023, 14h43

Não é verdade que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tenha dito que o governo analisa uma proposta de regulamentação das casas de prostituição para aumentar a arrecadação de impostos, como fazem crer publicações nas redes. Em nota, o Ministério da Fazenda desmentiu o boato, que surgiu em uma página satírica no Twitter. O Aos Fatos também não encontrou na imprensa ou em posicionamentos oficiais nenhuma declaração do ministro sobre o tema.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam mais de 24 mil curtidas no Instagram até o início da tarde desta quarta-feira (7) e centenas de compartilhamentos no Facebook. O conteúdo circula também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

Segundo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, governo analisa proposta de regulamentar casas noturnas de prostituição. No Brasil há cerca de 15 mil casas clandestinas com isso, o lucro para o governo através de taxações poderia ser de até R$2 bilhões ao ano

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não afirmou que governo analisa regulamentar casas noturnas de prostituição para aumentar arrecadação

O ministro Fernando Haddad nunca afirmou que o governo analisa regulamentar as casas de prostituição para garantir uma arrecadação extra de até R$ 2 bilhões por ano, como afirmam publicações nas redes. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que não há e nunca houve qualquer previsão de regulamentação sobre o tema. O Aos Fatos também não encontrou qualquer declaração do ministro sobre o assunto em suas redes sociais, em entrevistas à imprensa ou em discursos oficiais.

Haddad fez menção à cifra de R$ 2 bilhões ao defender a proposta de regulamentação das apostas esportivas em entrevista ao UOL no dia 1º de março. Na ocasião, o ministro alegou que a taxação do setor geraria de R$ 2 bilhões a R$ 6 bilhões em impostos e compensaria a perda de arrecadação com o aumento do teto de isenção do Imposto de Renda. Em maio, o Ministério da Fazenda divulgou a proposta de regulamentação do setor, que deve ser transformada em medida provisória.

A alegação compartilhada pelas peças de desinformação foi publicada originalmente em um perfil satírico no Twitter que se passa pelo jornal O Estado de S. Paulo. Mais tarde, outros posts passaram a compartilhar prints desse perfil como se fossem de um canal verdadeiro de notícias.

Peças que circulam nas redes sociais usam print de página satírica que se passa pelo jornal O Estado de S. Paulo

Piada fora de contexto. Peças que circulam nas redes sociais usam print de página satírica que se passa pelo jornal O Estado de S. Paulo

A peça de desinformação também foi checada pelo Boatos.org.

Referências:

1. Ministério da Fazenda
2. Twitter
3. UOL
4. G1

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