Não é o presidente da Câmara dos EUA homem que critica suposta violação a direitos de brasileiros

Por Marco Faustino

26 de abril de 2024, 15h20

Não é Mike Johnson, presidente da Câmara dos Estados Unidos, o homem que diz que brasileiros têm sido alvo de violações de direitos humanos cometidas por autoridades em um vídeo compartilhado nas redes. O registro retrata, na realidade, o discurso de Chris Smith, co-presidente republicano da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Estados Unidos, durante coletiva realizada em março com parlamentares brasileiros de oposição ao governo Lula.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter), além de centenas de compartilhamentos e curtidas no Facebook e no Instagram, respectivamente, até a tarde desta sexta-feira (26).

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Selo falso

PRESIDENTE DA CÂMARA [Mike Johnson] DIZ QUE BRASILEIROS TÊM SIDO ALVO DE “VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS” e promete AGIR contra o que chamou de ataque à liberdade dos brasileiros.

Posts atribuem falsamente ao presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson, discurso feito em março pelo co-presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos EUA, Chris Smith.

Um trecho do discurso feito pelo deputado Chris Smith, copresidente republicano da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Estados Unidos, em 12 março de 2024, tem sido falsamente atribuído nas redes a Mike Johnson, presidente da Casa. Em seu discurso, Smith disse que o Brasil sofre com violações dos direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras e citou o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Por meio de busca na imprensa e nas redes sociais de Mike Johnson, Aos Fatos não localizou qualquer discurso em que o congressista tenha dito que autoridades brasileiras estão violando direitos dos cidadãos no Brasil.

Durante o discurso, Chris Smith estava acompanhado de uma comitiva brasileira de parlamentares de oposição ao governo Lula, dentre eles correligionários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO).

Em fevereiro, Eduardo Bolsonaro havia solicitado uma audiência no Congresso americano, mas o pedido foi vetado por Jim McGovern, co-presidente democrata da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Estados Unidos. Na época, McGovern afirmou à Agência Pública que os republicanos estariam “usando o Congresso dos Estados Unidos para apoiar os negacionistas eleitorais da extrema direita que tentaram dar um golpe no Brasil”.

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No mês seguinte, parlamentares brasileiros foram aos Estados Unidos e concederam uma entrevista à imprensa do lado de fora do Congresso para, segundo disse Eduardo Bolsonaro, denunciar o “autoritarismo judicial e a perseguição política aos oposicionistas no Brasil”.

Referências:

1. Câmara dos Estados Unidos (1 e 2)
2. Twitter (1 e 2)
3. UOL
4. Veja

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