É falso que ministro sul-africano disse que ômicron não é variante, mas reação à vacina

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Postagens nas redes enganam ao alegar que o ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, afirmou que a ômicron não é uma variante do novo coronavírus, mas uma reação adversa das vacinas contra a Covid-19 (veja aqui). Não há declaração dele com esse teor no vídeo que acompanha os posts ou na imprensa, como Aos Fatos constatou.

Este conteúdo enganoso acumulava ao menos centenas de compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (29).


Selo falso

O Ministro da Saúde da África do Sul diz que o governo do Reino Unido, Europa e a mídia estão mentindo sobre a super variante Nu/Ômicron. Não caiam na narrativa da mídia! Não há variante! Se trata de uma reação do corpo humano com as proteínas spike contidas nas vacinas, não há vírus.

Um trecho do pronunciamento feito na sexta-feira (27) pelo ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, tem sido usado em postagens nas redes sociais com a alegação de que ele teria dito que a ômicron não é uma variante do novo coronavírus, mas uma reação adversa às vacinas contra a Covid-19. No vídeo, ele não afirma nada nesse sentido.

Na gravação que circula com as postagens, Phaahla disse que o anúncio da descoberta da variante aponta para a necessidade do trabalho de monitoramento do vírus, mas sem evidências de que a variante provocaria quadros mais graves da doença. Ele ressaltou ainda que não se poderia descartar o efeito das vacinas sobre a ômicron e criticou as restrições de voos impostas por outros países à África do Sul.

Aos Fatos também não localizou declarações do ministro sul-africano com a alegação das postagens em páginas do governo, perfis nas redes sociais e na imprensa.

Diante da nova cepa, países como EUA, Reino Unido, França, Itália e Alemanha suspenderam voos da África do Sul e nações vizinhas. O governo sul-africano afirma que a medida não foi guiada por evidências científicas e o presidente, Cyril Ramaphosa, disse que seu país foi “injustamente castigado”.

Nesta segunda-feira (29), a OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que a nova variante representa um risco "muito elevado", mas que ainda há muitas dúvidas sobre as suas implicações. Segundo a organização, ainda não está claro se a ômicron é mais transmissível ou se pode resultar em casos mais graves de Covid-19.

É falso também que a suposta reação adversa teria a ver com o uso de proteínas spike do novo coronavírus em algumas vacinas contra Covid-19. Imunizantes que usam a tecnologia RNA mensageiro induzem o corpo a produzir cópias de proteínas spike do Sars-CoV-2 em quantidade controlada, por curto período e sem riscos à saúde, para ativar células de “memória” que estimulam a criação de defesas contra a Covid-19.


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