🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2019. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Vídeo não mostra preparação de festa pelo PT para comemorar soltura de Lula

Por Luiz Fernando Menezes

6 de novembro de 2019, 12h54

Um vídeo que mostra dezenas de pessoas com camisetas e bandeiras vermelhas em Curitiba tem circulado nas redes como se retratasse a preparação de uma festa para a eventual soltura do ex-presidente Lula. As imagens, no entanto, circulam desde o dia 27 de outubro e mostram a preparação da comemoração do aniversário do ex-presidente. A assessoria do petista também nega que o partido esteja organizando um evento para caso ele saia da prisão.

Nesta quinta-feira (7), um julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) poderá reverter a decisão que permitiu a prisão de condenados apenas em segunda instância, caso de Lula. Mesmo que isso aconteça, a libertação do ex-presidente não seria automática pois teria que ser avaliada pelo juiz do seu processo.

A peça de desinformação vem sendo compartilhada desde terça-feira (5) no Twitter (veja aqui) e no Facebook (veja aqui), onde, até a tarde desta quarta-feira (6), já acumulava mais de 1.000 compartilhamentos. Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Está sendo preparada uma festa em Curitiba, sem precedentes para o final do mês, quando o STF vota as solturas dos condenados em segunda instância. Imediatamente após a votação, haverá o encaminhamento do pedido de liberdade imediata do Sr. Lula, onde está sendo organizada uma marcha de 1 milhão de pessoas, COM REPRESENTANTES OFICIAIS DOS GOVERNOS DA AMÉRICA LATINA E CENTRAL, + DELEGAÇÕES DO CONTINENTE AFRICANO!

O texto acima vem sendo compartilhado juntamente com um vídeo que mostra pessoas vestidas de vermelho reunidas em meio a barracas de comida nas ruas de Curitiba. As imagens, no entanto, não mostram a preparação de uma festa para uma eventual soltura do ex-presidente Lula caso o STF decida contra a prisão de presos condenados em segunda instância. Ao buscar pelo conteúdo em busca reversa, Aos Fatos encontrou o mesmo vídeo publicado no Facebook no dia 27 de outubro com o título “Hoje, Lula Day em Curitiba”.

O evento ocorreu nos dias 26 e 27 de outubro em algumas cidades do país para comemorar o aniversário de 74 anos do ex-presidente Lula. Em Curitiba, foi feita uma festa próxima à sede da Polícia Federal, onde o petista está preso. Aos Fatos não encontrou uma estimativa oficial de quantas pessoas compareceram ao evento, mas a expectativa de sites de esquerda era reunir cerca de 10 mil pessoas, número muito inferior ao citado pela peça de desinformação.

Além disso, Aos Fatos entrou em contato com a assessoria de Lula para saber se há algum planejamento de comemoração caso o STF decida pela prisão apenas após o trânsito em julgado. Em nota, a assessoria negou a informação: “[o PT] não está planejando nenhuma festa”.

Soltura de Lula. O STF deve retomar na próxima quinta-feira (7) o julgamento que decide se uma prisão pode ser feita após a condenação judicial em segunda instância ou apenas depois de esgotados todos os recursos (trânsito em julgado). Até o momento, quatro ministros votaram pela prisão após a segunda instância, outros três votaram a favor do cumprimento da pena só após o trânsito em julgado.

Não é certo que o petista será solto caso o Supremo decida pela prisão apenas após a última instância. Conforme já explicado por Aos Fatos, a saída, neste caso, não será automática: especialistas em direito penal acreditam que os advogados dos presos deverão fazer uma petição para o tribunal que julga cada caso. Além disso, o juiz de um caso pode decidir que há outras razões para manter o condenado preso e decretar sua prisão preventiva — caso, por exemplo, entenda que há risco de fuga.

É importante ressaltar ainda que Lula já disse que não estava interessado no julgamento do STF. Em entrevista ao UOL, no dia 17 de outubro, o petista disse que quer “que os ministros da Suprema Corte tenham acesso à verdade do processo e anulem. Se vai ser um ano a mais ou um ano a menos, se vou ficar aqui ou em outro lugar, não importa”.

Referências:

1. PT.org
2. O Globo
3. Aos Fatos
4. UOL


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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