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🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Setembro de 2016. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Saiba o que checamos em tempo real no debate da TV Record no Rio

Por Ana Freitas, Bernardo Moura e Ana Rita Cunha

25 de setembro de 2016, 21h57

Aos Fatos checou em tempo real neste domingo (25) o debate da TV Record entre os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro. Em parceria com o UOL, a reportagem identificou deslizes em temas como transporte, índice de criminalidade, saúde e seus feitos no passado.

Veja, abaixo, o que checamos durante o embate.


IMPRECISO

A meta de 100% dos ônibus com ar condicionado era para este ano, mas passou para 2020.
— Marcelo Freixo (PSOL)

Em 2014, a Prefeitura do Rio de Janeiro assinou um acordo com o Ministério Público em que se comprometia a refrigerar 100% da frota de ônibus. Em dezembro de 2015, por meio do decreto 41.190/2015, a prefeitura reduziu unilateralmente a meta de climatização para 70% das viagens, e não da frota.

O Ministério Público pediu a suspensão da medida, e a Justiça decidiu que o município deve seguir o acordo estabelecido sob pena de multa de R$ 20 mil para cada ônibus sem ar condicionado.

Pedro Paulo, candidato da atual administração, diz que a meta será cumprida até 2020.


FALSO
O candidato da situação diz que vai fazer 1 trilhão de quilômetros de BRT. — Carlos Osorio (PSDB)

O candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, Carlos Osorio, errou ao criticar a proposta do seu adversário, Pedro Paulo (PMDB), sobre a ampliação do BRT na cidade.

Osorio questionou a viabilidade da prefeitura construir "1 trilhão de quilômetros de BRT". No entanto, o programa de governo de Pedro Paulo afirma que o peemedebista pretende construir "58 km de BRT".


INSUSTENTÁVEL

Quase a metade das famílias do Rio são chefiadas por mulheres.— Jandira Feghali (PC do B)

Não há dados públicos disponíveis a respeito do tema para a cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2014, do IBGE, na Região Metropolitana do Rio 56,4% das famílias são chefiadas por mulheres. No Estado, são 55,6% das famílias nesta situação. Não há dados sobre o município do Rio. A pesquisa utiliza dados da Pnad 2013. A versão 2015 da Síntese de Indicadores traz dados apenas para as regiões do país - sem detalhar Estados, regiões metropolitanas ou municípios.


VERDADEIRO
Nos últimos quatro anos, se você comparar os valores aplicados em 2012, 2013, 2014, 2015, você vai ver que mais de 700 milhões foram descontados da saúde. — Marcelo Crivella (PRB)

A diferença entre o valor do Orçamento inicial nesse período e do valor liquidado foi de R$ 2,62 bilhões. Foram 17,5 bilhões definido na LOA (Lei Orçamentária Anual) ao longo desse período para a saúde, e R$ 14,8 bilhões executados na área, segundo o relatório de despesas apresentados no Relatório de Gestão Fiscal à Controladoria Geral do Município.


VERDADEIRO
Temos aproximadamente 5.000 moradores em situação de rua. — Pedro Paulo (PMDB)

De acordo com censo divulgado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social em fevereiro de 2014, são 5.580 moradores de rua na cidade. A pesquisa foi feita em 2013 em 96 pontos da capital.


FALSO
A passagem de ônibus aumentou, durante o governo do PMDB, do Eduardo Paes, 77%. A inflação foi de 55%. — Marcelo Freixo (PSOL)

O candidato do PSOL à Prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, erra ao comparar o aumento da passagem de ônibus em relação à inflação durante o governo de Eduardo Paes (PMDB).

Freixo afirmou que a passagem de ônibus aumentou 77% nas duas administrações do peemedebista, iniciada em janeiro de 2009. No período, o valor da viagem passou de R$ 2,20 para R$ 3,80, o que representa um aumento de 72%.

O dado apresentado por Freixo sobre a inflação também está impreciso. O candidato do PSOL disse que foi de 55%, mas, segundo o Banco Central, o IPCA no Brasil entre janeiro de 2009 e agosto deste ano foi de 63,7%.


FALSO
O índice de roubo na rua aumentou 41,7%. — Jandira Feghali (PC do B)

Anteriormente, Aos Fatos tinha classificado a fala da candidata como IMPRECISA, uma vez que havia uma variação de apenas um ponto percentual. No entanto, a reportagem verificou que Jandira falou 41,7%, que se refere ao índice para todo o Estado do Rio de Janeiro, por isso reclassificou a declaração como FALSA.

De acordo com os indicadores do ISP (Instituto de Segurança Pública), de agosto de 2015 ao mesmo mês deste ano, os roubos de rua subiram 43% na capital – passando de 3.614 para 5.173 ocorrências. São três os indicadores que compõem essa estatística: roubo a transeunte, roubo a coletivo e roubo de aparelho celular.


FALSO
Quando fui ministro da Pesca, eu dobrei a produção de pescado de 1,4 milhão de toneladas para 2,5 milhões. — Marcelo Crivella (PRB)

O candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB) afirmou que durante o mandato no Ministério da Pesca (de 2012 a março de 2014) passou a produção de pescado de 1,5 milhão de toneladas para 2,5 milhões de toneladas. Nesse período a produção de pescado no Brasil aumentou, mas não de forma tão expressiva como afirma o candidato.

Segundo informações da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil passou de 1,20 toneladas produzidas em 2011 para 1,33 toneladas em 2014, uma alta de 10,7%. Entre 2011 e 2013, a produção de pescado cresceu 3,5%, atingindo 1,24 toneladas.

Segundo o boletim do Ministério da Pesca e da Aquicultura de 2011, a produção de pescado no Brasil foi de 1,43 toneladas. Não existe nenhum dado recente do governo brasileiro sobre a produção a partir de 2012, apenas uma expectativa de produção acima de 2,5 toneladas em 2013, segundo um relatório do mesmo ano.


FALSO
A gente sabe que a taxa de desemprego oficial, ela é medida somente conforme aqueles que procuram emprego. Aqueles que estão, por exemplo, no Bolsa Família, são considerados empregados pelo governo. — Flávio Bolsonaro (PSC)

A metodologia da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclui como população ocupada as pessoas que tinham trabalho na semana anterior à da entrevista, ou seja, “empregados, trabalhadores por conta própria, empregadores e pessoas que trabalharam sem remuneração em ajuda a membros da unidade familiar”.


FALSO
Foi no período em que fui secretário de administração é que foi aprovada essa lei que o candidato Pedro Paulo diz que cumpriu, uma lei que obriga o reajuste anual do servidor. — Indio da Costa (PSD)

A afirmação é falsa, quando comparadas as datas da sanção da Lei 3.252/2001 e da posse de Indio na secretaria. A lei, que determina o reajuste anual pelo IPCA-E, foi sancionada pelo então prefeito Cesar Maia em 24 de julho de 2011. Indio da Costa, porém, só assumiu a Secretaria Municipal de Administração em agosto de 2011, de acordo com o site do candidato.


EXAGERADO
Os professores tiveram o diálogo e a negociação, e assim foi possível fazer a negociação de planos de salário para 65 mil profissionais de educação. — Pedro Paulo (PMDB)

Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, o número de profissionais de educação é de 56.387, sendo 41.147 professores e 15.240 funcionários de apoio administrativo.


FALSO
Crime ambiental, que eu saiba, quem responde por ele é seu pai [Jair Bolsonaro]. Seu pai foi flagrado pescando em uma área de proteção ambiental. Então, por favor, não me venha pedir para falar dos vices de outros candidatos. — Alessandro Molon (Rede)

O candidato Alessandro Molon (Rede) errou ao afirmar no debate da Record que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) responde processo por crime ambiental.

O inquérito 3788, que Jair Bolsonaro respondia no STF (Supremo Tribunal Federal), foi arquivado no dia 3 de agosto de 2016. A declaração de Molon foi dada após o também candidato à Prefeitura do Rio Flávio Bolsonaro (PSC), filho de Jair Bolsonaro, perguntar sobre incentivo à “invasões de áreas ambientais no Jardim Botânico do Rio”.

Jair Bolsonaro chegou a ser denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) após de ser flagrado, em janeiro de 2012, pescando na Ilha de Samambaia, em Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro. A pesca no local é proibida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

O STF rejeitou a denúncia em março deste ano. A Segunda Turma do STF acompanhou o voto da ministra Carmén Lúcia, relatora do inquérito.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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