🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Palocci não afirmou em delação que urnas foram 'encomendadas para fraudar as eleições'

Por Tai Nalon

7 de outubro de 2018, 12h30

Não é verdade que o ex-ministro petista Antonio Palocci afirmou, em acordo de delação premiada, que urnas eletrônicas foram "encomendadas para fraudar as eleições". A íntegra pública da delação pode ser lida aqui e não traz, em qualquer uma das suas 12 páginas, menção a urnas, urnas eletrônicas ou fraude em votações.

Publicada em um perfil pessoal, a imagem acumula mais de 52,4 mil compartilhamentos. O conteúdo foi denunciado neste sábado (6) por usuários do Facebook, e foi marcado por Aos Fatos como FALSO na ferramenta de verificação disponibilizada pela rede social (entenda como funciona).

Confira abaixo, em detalhes, o que checamos.


FALSO

Palocci afirmou que eleições eram decididas pela cúpula. Urnas foram encomendadas para fraudar eleições! O que o TSE vai dizer agora?

É FALSO que Palocci disse, em acordo de delação premiada, que "eleições eram decididas pela cúpula" e que "urnas foram encomendadas para fraudar eleições". O sigilo da delação do ex-ministro dos governo Dilma Rousseff e Lula foi retirado na última segunda-feira (1), mas não traz qualquer menção à encomenda de urnas para fraudar as eleições.

Os depoimentos que constam do documento revelado por Moro foram concedidos em março deste ano ao delegado da PF paranaense Filipe Hille Pace. Na ocasião, Palocci narrou esquemas de acordo e propina nas eleições desde aos menos 2004. Ele é mais específico, contudo, em relação a eventuais fraudes nas eleições presidenciais de 2010 e 2014. Nenhuma delas, contudo, tem a ver com o uso de urnas eletrônicas para comprar ou fraudar votos.

Segundo ele, doações oficiais de empresas eram oficialmente registradas no TSE. "Prestações regulares registradas no TSE são perfeitas do ponto de vista formal, mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos", disse. Desde as eleições de 2016, entretanto, as doações de empresas para campanhas são proibidas.

Ainda segundo Palocci, "ninguém dá dinheiro para campanhas esperando relações triviais com o governo". "Há um grande grau de desfunçâo à lei eleitoral e à politica partidária no Brasil", afirmou no acordo de delação premiada.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) afirma que "as urnas brasileiras foram projetadas pelo TSE, contemplando características específicas e adequadas ao contexto nacional". Segundo a Corte, "há vinte e dois anos, as urnas eletrônicas têm sido utilizadas nas eleições brasileiras sem nenhuma comprovação efetiva de fraude".


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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