🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Não há discrepância entre datas de reportagem e explicação da 'Folha' sobre fonte

Por Amanda Ribeiro

12 de fevereiro de 2020, 17h29

Posts nas redes sociais (veja aqui) desinformam ao apontar discrepância entre a publicação da primeira reportagem de Patrícia Campos Mello na Folha de S.Paulo sobre os disparos em massa no WhatsApp e as datas em que ela e o jornal disseram ter contatado e veiculado informações passadas por Hans River do Nascimento. O artigo que revelou inicialmente o envio massivo de mensagens nas eleições, veiculado em 18 de outubro de 2018, não contou com a colaboração do ex-funcionário da agência Yacows. Ele foi a fonte da jornalista em uma reportagem publicada em 2 de dezembro. Reprodução de conversa divulgada pelo jornal mostra que Nascimento fora contatado em 19 de novembro.

Na reportagem de outubro, Campos Mello revelou que empresários alinhados à candidatura de Jair Bolsonaro bancaram disparos em massa pelo WhatsApp de mensagens contra o PT. Já a matéria de dezembro traz processo trabalhista e relato de Nascimento, ex-funcionário da Yacows, uma das agências envolvidas nos disparos, e revela que a empresa fraudou CPFs de idosos para habilitar chips de celular e viabilizar o envio massivo de mensagens.

A suposição enganosa surgiu nas redes sociais na esteira do depoimento de Hans Nascimento à CPMI das Fake News nesta terça-feira (11), que teve trechos desmentidos pela Folha de S.Paulo em relação às reportagens de Patrícia Campos Mello. No Twitter, as postagens acumulam ao menos 2.000 compartilhamentos. No Facebook, a desinformação foi repassada 300 vezes desde o dia 11. Esses posts foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).


FALSO

Ao apontar uma discrepância entre datas, as publicações checadas ignoram o conteúdo real das reportagens veiculadas por Patrícia Campos Mello na Folha de S.Paulo sobre o envio massivo de mensagens no WhatsApp contra o PT nas eleições de 2018.

A primeira reportagem, publicada em 18 de outubro de 2018, relata que empresários que apoiavam a candidatura de Jair Bolsonaro pagaram empresas para enviarem mensagens contra o PT no aplicativo.

Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da agência Yacows, foi contatado em 19 de novembro de 2018, como mostra reprodução da conversa dele com a jornalista publicada pelo jornal nesta terça-feira (11). A reportagem que traz seu relato e cita a ação trabalhista movida por ele contra a empresa foi veiculada em 2 de dezembro de 2018.

Diferentemente da matéria inicial, que revelou de maneira superficial a prática dos empresários apoiadores de Bolsonaro, esta se concentrou nas práticas das empresas envolvidas, entre elas a Yacows, que empregava Nascimento. Foi mostrado que, para viabilizar os disparos em massa, as agências teriam fraudado CPF de idosos para habilitar chips de celular.

A falsa suspeita foi levantada, inclusive, pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Em publicação no Twitter na terça-feira (11), ele divulgou um print da reportagem de 18 de outubro juntamente com uma informação falsa já checada por Aos Fatos de que Mello teria procurado Nascimento para fazer uma reportagem acusando Jair Bolsonaro de fazer o envio massivo de mensagens nas eleições de 2018.

O caso. Convocado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP), Hans Nascimento prestou depoimento na terça-feira (11) à CPMI das Fake News — que investiga, entre outros assuntos, a disseminação de notícias falsas nas eleições — e fez uma série de insinuações sobre a jornalista. Em resposta, a Folha publicou uma reportagem na qual contrapõe as suas falas com imagens das conversas entre ele e Mello.

Referências:

1. Folha de S.Paulo (Fontes 1, 2 e 3)
2. Aos Fatos


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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