🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Foto que mostra pichações racistas na Uerj é, na verdade, de 2010

Por Bernardo Moura

11 de outubro de 2018, 17h06

É de 2010, e não atual, uma foto que mostra pichações racistas na parede do Teatro Odylo Costa Filho, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), na zona norte do Rio. O material tem circulado no WhatsApp como se a imagem tivesse sido feita nesta quinta-feira (11) e sugere que o ato de vandalismo foi obra de apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Essa informação é falsa.

A foto, que mostra uma suástica e a frase “fora pretos”, foi publicada pela primeira vez em 18 de janeiro de 2010 no site de O Globo. Ela foi enviada ao jornal por um leitor, que não quis se identificar. Na época, a Uerj informou que abriria investigação para descobrir a autoria das pichações e prometeu apagá-las.

O material foi enviado por um leitor do Aos Fatos pelo WhatsApp (saiba mais) como sugestão de checagem. Para participar, adicione o número (21) 99747-2441 na sua lista de contatos e envie uma mensagem com o seu nome.

Veja abaixo, em detalhes, o que checamos.


FALSO

Uerj amanheceu assim. Teatrão

Ao contrário do que sugerem as mensagens que circulam no WhatsApp, a fotografia que mostra pichações de uma suástica e da frase “Fora pretos” não foi feita nesta quinta-feira (11). A imagem original é de janeiro de 2010 e não há evidências da participação de apoiadores do candidato Jair Bolsonaro no episódio, que, de fato, ocorreu na Uerj.

A foto foi publicada primeiro no site de O Globo em 18 de janeiro de 2010 na seção de jornalismo participativo, e foi enviada por um leitor que não quis se identificar. À época, a Uerj informou que iria abrir uma investigação para apurar o caso, segundo o jornal. A limpeza da parede foi feita no mesmo dia.

Essa foi a primeira vez que o campus da Uerj foi alvo de pichações com esse conteúdo, segundo noticiou na ocasião a Folha de S.Paulo. Em 2003, a universidade foi pioneira ao adotar cotas raciais no vestibular.

Em março deste ano, pichações de suásticas voltaram a aparecer na universidade, desta vez no banheiro do 7º andar, onde funciona o curso de direito da Uerj, como publicou a coluna da jornalista Marina Caruso em O Globo. Além do símbolo nazista, foram pichadas frases homofóbicas. Na ocasião, a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e o programa Rio sem Homofobia enviaram carta de repúdio à reitoria cobrando explicações sobre as mensagens.

Além de se espalhar por grupos de WhatsApp, a foto também foi parar no site da Revista Fórum nesta quinta-feira (11) como se fosse recente. Horas depois, o conteúdo foi retirado da página e dos perfis no Facebook e no Twitter.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.