🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Escolas de medicina de Cuba formam mais de 3.600 médicos por ano, e não 300, como diz meme

Por Bernardo Moura

21 de novembro de 2018, 17h39

Uma imagem que circula nas redes sociais engana ao afirmar que Cuba tem apenas duas escolas de medicina, que, juntas, formam 300 médicos por ano. Na verdade, a ilha caribenha tem 12 universidades que ofertam o curso e, somente das duas citadas na montagem — Universidade de Ciências Médicas de Havana e Escola Latinoamericana de Medicina —, saem mais de 3.600 novos profissionais por ano, em média.

O meme usa as informações falsas para levantar suspeitas sobre a formação dos médicos cubanos que foram enviados ao Brasil dentro do programa Mais Médicos. Ele foi encaminhado por leitores do Aos Fatos no WhatsApp como sugestão de checagem. Para participar, basta enviar uma mensagem para (21) 99747-2441.

Leia abaixo, em detalhes, o que verificamos.


FALSO

Raciocinem! Existem apenas duas Universidades de Medicina em Cuba. "La Habana": forma em média 200 médicos por ano; "Elam - Escuela Latinoamericana de Medicina": forma em média 100 alunos por ano.

Existem em Cuba dez universidades que ofertam cursos de medicina em diferentes cidades: Havana, Santiago de Cuba, Cienfuegos, Camagüey, Holguín, Las Tunas, Pinar del Rio, Sancti Spiritus, Villa Clara e Artemisa. Há ainda na ilha a Elam (Escola Latino Americana de Medicina) e a Escola Nacional de Saúde Pública. As informações são do Infomed, rede de serviços de saúde de Cuba.

A de Havana é a maior e a mais tradicional das escolas de medicina do país e, em seu site, diz já ter formado mais de 100 mil médicos cubanos e estrangeiros nos últimos 50 anos, o que daria uma média de 2.000 estudantes graduados por ano, e não 200, como informa a montagem que circula nas redes sociais.

Já a Elam, que também é citada na peça de desinformação, informou ter graduado 27.500 estudantes de medicina de mais de cem países em 17 anos de existência, o que daria uma média anual aproximada de 1.635 novos médicos, e não cem.

Juntas, portanto, as duas instituições formam, em média, 3.635 novos médicos ao ano, e não 300.

Há mais dados que ajudam a desmontar os argumentos expostos na montagem. Um estudo divulgado em 2004 pelo Ministério da Saúde Pública de Cuba aponta que, entre 1959 — ano da revolução — e 2003, as universidades do país formaram 80.607 médicos cubanos e estrangeiros, uma média anual de 2.015 novos profissionais, segundo o Ministério da Saúde Pública de Cuba.

Em 2015, estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) atestou a presença de 76.506 médicos em atividade em Cuba, sendo 36.478 deles médicos de família.

De 2013 a 2018, cerca de 20 mil médicos cubanos passaram pelo Brasil dentro do Mais Médicos, segundo nota do Ministério da Saúde Pública de Cuba. Hoje, 8.332 profissionais do país atuam em unidades de saúde brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde, e devem deixar o país. Aos Fatos tem checado, ao longo da última semana, informações equivocadas sobre o programa. Veja mais aqui e aqui.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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