🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2015. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Em época de zika vírus, casos de microcefalia mais que triplicaram no Nordeste

26 de dezembro de 2015, 22h57

Se os Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe lideram em quantidade de casos de microcefalia relacionadas ao zika no Brasil, o volume de episódios investigados e descartados revela como o vírus tornou-se um catalisador sem precedentes da doença em recém-nascidos no país inteiro.

Em 2014, quando o zika era ainda pouco conhecido entre os brasileiros, foram registrados em todo o Nordeste 44 casos de microcefalia. Neste ano, só o Sergipe confirmou 51 bebês com a doença. O Nordeste inteiro, 134.

Aos Fatos cruzou dados do Ministério da Saúde sobre a incidência da doença causada pelo mosquito aedes aegypti com os casos de microcefalia diagnosticados em todos os Estados e no Distrito Federal. Além disso, levantou quantos casos de microcefalia foram notificados desde 2010 nas 20 unidades da federação que registraram suspeita de vírus zika neste ano.

O Sergipe é o Estado brasileiro com o maior número de casos confirmados de microcefalia relacionada ao zika. De todos os 85 casos já analisados, 60% tiveram relação com o vírus. É, entretanto, um dos Estados nordestinos com o menor número de casos ainda em análise: 33. (Veja o levantamento completo aqui ou clique no gráfico abaixo para mais detalhes.)

Na proporção de casos confirmados x casos analisados, o Rio Grande do Norte verificou a maior quantidade de recém-nascidos com microcefalia motivado por zika: 89,7% dentre 39. Faltam ainda ser investigados mais 101 casos sob suspeita.

Estado com maior número de análises em curso, 874, Pernambuco teve 63% dos 46 casos investigados confirmados até agora. A Paraíba, com 322 suspeitas, contabilizou 38,7% de 49 processos concluídos — proporção significativamente menor do que a dos Estados vizinhos.

Em parceria com o Volt Data Lab, Aos Fatos desenvolveu uma série de visualizações que ajudam a entender como a microcefalia relacionada ao zika vírus tem se espalhado pelo país. Também é possível ver, como no gráfico abaixo, como uma doença majoritariamente registrada em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais até 2014 mudou completamente de perfil a partir de 2015. Contra os 134 casos já registrados no Nordeste, o Sudeste ainda não confirmou nenhum. Há 110 suspeitas sob investigação nos quatro Estados da região.

Doença de proporções alarmantes, foi tema de reunião com governadores de Estados afetados no Palácio do Planalto no início de dezembro. No último dia 5, a presidente Dilma Rousseff lançou o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Na ocasião, afirmou que a quantidade de casos sob suspeita em Pernambuco devia-se à atuação mais ativa da vigilância sanitária.

O programa federal baseia-se em combater o aedes aegypti; treinar de profissionais de saúde para atender, diagnosticar e tratar tanto o zika quanto a microcefalia; incentivar pesquisa para diagnóstico do vírus e controle do mosquito.


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