🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2019. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Autoridades de SP desmentem alertas sobre ataques do PCC no fim de semana

Por Luiz Fernando Menezes

15 de fevereiro de 2019, 16h31

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo desmentiu na tarde desta sexta-feira (15) o conteúdo de mensagens e áudios que circulam nas redes sociais alertando para possíveis ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) neste fim de semana, em razão da transferência de líderes da facção criminosa para presídios federais. Promotor do Ministério Público paulista que investiga a organização, Lincoln Gakiya também negou a possibilidade de atentados, assim como o governador João Doria (PSDB).

Diversas mensagens e áudios que fazem o alerta foram enviados por leitores do Aos Fatos no WhatsApp como sugestão de checagem (Publicações com o mesmo conteúdo enganoso também foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação do Facebook. No Twitter, usuários também solicitaram uma checagem a respeito dessas mensagens.


FALSO

O comunicado abaixo [sobre possível retaliação do PCC na cidade de São Paulo no final de semana] é do comandante geral da PM para as unidades: companhias, batalhões e etc.....

Viemos através deste comunicar a população do estado de São Paulo que estaremos em guerra contra a opressão do governo com nosso irmão Marcola, não iremos aceitar a transferência do nosso irmão, vamos tocar fogo no estado, nossa guerra será contra a mídia, a polícia e governo, não fica moscando na rua pra você não ser estatística!! Vamos reivindicar o direito do nosso irmão Marcola, não é justo essa opressão, de transferência do nosso líder! Sábado a partir das 21h é guerra, atenção população!

Uma série de mensagens de texto e áudios começaram a circular na tarde desta sexta-feira (15) nas redes sociais alertando para possíveis ataques do PCC em São Paulo no fim de semana.

Entre os conteúdos há desde a gravação supostamente feita por uma policial até um comunicado que diz ser emitido pela facção criminosa. Em comum, todos eles dizem que a retaliação seria por conta da transferência de líderes da organização para presídios federais. As informações são falsas, de acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Em nota, o órgão negou que haja quaisquer indícios da iminência de ações criminosas do PCC:

Circulam por intermédio dos canais eletrônicos de mídia social diversas mensagens de áudio e texto sobre o cenário da segurança pública no Estado de São Paulo em função da transferência de presos do Sistema Penitenciário estadual para unidades prisionais do Departamento Penitenciário Nacional, realizada no último dia 13/02/19.

Em relação ao exposto, até o momento, não há quaisquer elementos concretos que indiquem a iminência da eclosão de ações criminosas contra o poder público ou seus agentes, em especial os integrantes das forças de segurança pública, como forma de retaliação a serem praticadas por indivíduos ligados aos presos recém transferidos.

As medidas adotadas pelo Comando da Polícia Militar de orientação ao efetivo sobre reforço nas medidas de segurança e, especialmente, as ações de ordem operacional são de caráter eminentemente preventivo e objetivam potencializar a sensação de segurança na sociedade.

O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) também negou os conteúdos das mensagens que circulam nas redes sociais. Ao Buzzfeed, ele, que investiga o PCC há dez anos, disse: "é tudo fake, não tem procedência nenhuma. Estamos desmentindo isso. Estamos monitorando o PCC, com o comando das polícias, tanto no sistema prisional como nas ruas e isso não procede".

Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), classificou como "notícia falsa" as mensagens que circulam nas redes sociais. Segundo o tucano, as gravações citadas em algumas das mensagens já haviam sido interceptadas pelo governo estadual.

Em 2006, também na capital paulista, vários atentados — estima-se mais de 200 — do PCC resultaram na morte de mais de 90 pessoas. Os ataques ocorreram após a transferência do líder Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, no dia 11 de maio.

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