🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Atirador de Campinas não era filiado ao PT

Por Luiz Fernando Menezes

14 de dezembro de 2018, 15h29

Não é verdade que o homem que abriu fogo contra fiéis na Catedral Metropolitana de Campinas na última terça-feira (11) era filiado ao PT nem há indícios de que o crime tenha motivações políticas. A imagem que circula nas redes sociais mostra a filiação do pai do criminoso, Eder Grandolpho, como se fosse do filho, Euler Grandolpho, para sugerir a ligação com o partido.

A montagem originalmente publicada pela página Movimento Avança Brasil foi apagada do perfil, mas foi republicada por um perfil pessoal.

A peça de desinformação foi denunciada por usuários do Facebook. Aos Fatos marcou a montagem com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Petista atira e mata cristãos! Isto a imprensa comunista não fala!!!

Uma montagem com o selo da página Movimento Avança Brasil está associando, falsamente, o atirador de Campinas com o Partido dos Trabalhadores: “arma com número de série raspada, filiado ao PT, atirando indiscriminadamente em local religioso… deve ser uma combinação de ‘coincidências’!”.

Mas não há registro de que o atirador, identificado como Euler Fernando Grandolpho, era ou já foi em algum momento filiado ao PT ou a qualquer outro partido. A busca pelo nome do atirador na base de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não rendeu resultados.

Também não foram encontrados registros de que o atirador tenha se posicionado durante as eleições. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Grandolpho era de família católica, sofria de depressão e era uma pessoa fechada (seu perfil no Facebook tinha apenas oito amigos). Segundo uma ex-namorada, tinha posições conservadoras e chegou a manifestar posições racistas. O atirador morava com o pai, cuja atuação na Igreja Católica era criticada pelo filho.

Seu pai, Eder Grandolpho, por outro lado, é filiado ao PT desde 1995. O nome, como é muito parecido com o do filho, foi utilizado pela publicação enganosa para dizer que o atirador era integrante do partido. O pai do atirador não está sendo investigado pela polícia nem teve seu nome apontado como participante do atentado à igreja.

Apoio a Bolsonaro. Além do falso vínculo com o PT, também não é possível afirmar que o atirador de Campinas tenha declarado apoio a Jair Bolsonaro nas últimas eleições. Uma montagem que circula nas redes sociais sobrepõe a uma foto de Euler o slogan de campanha do presidente eleito. Aos Fatos não identificou registros de seus posicionamentos políticos nas redes sociais.

O caso, que aconteceu na última terça-feira (11) e deixou cinco mortos, além do atirador, que cometeu suicídio, tem sido muito citado em boatos e peças de desinformação. Nesta semana, Aos Fatos já checou uma foto que sugeria que o padre da Catedral teria incitado violência ou demonstrado apoio a Bolsonaro no passado, o que também não é verdade.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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