🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Abraji repudia assédio contra jornalistas de iniciativas de checagem

16 de maio de 2018, 18h45

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgou nesta quarta-feira (16) um nota em que rejeita aquele que usam do expediente de “incitar, endossar e praticar discurso de ódio contra jornalistas”. A nota foi publicada após episódios de assédio e patrulha nas redes sociais de integrantes do Aos Fatos e da Agência Lupa, que integram desde a última segunda-feira (14) o novo programa de verificação de notícias do Facebook. Os detalhes sobre esse projetos podem ser lidos aqui.

Veja, abaixo, a íntegra da nota ou no site da entidade.

Grupos promovem ataques virtuais a agências de checagem de fatos

Desde o anúncio da parceria entre o Facebook e as agências de checagem Aos Fatos e Lupa em um programa de verificação de conteúdo postado na rede social, em 10.mai.2018, jornalistas e colaboradores desses veículos têm sido alvo de ataques no próprio Facebook e​ em​ outras plataformas, como Twitter e WhatsApp.

Por meio de vídeos e montagens de imagens, páginas e pessoas públicas ​classificam a iniciativa de checagem como "tentativa de censura da direita", atribuindo às agências ​e a profissionais que as compõem ​o rótulo de "esquerdistas"​. Os conteúdos e falas incitam o público a "reagir".

Perfis pessoais de colaboradores dos veículos​ em redes sociais ​​têm sido vasculhados​ e ​expostos​ em montagens, como supostas evidências de que as agências de checagem estariam a serviço de uma ideologia. Em alguns casos, fotos de cônjuges e pessoas próximas aos profissionais também foram disseminadas junto a afirmações falsas e ofensivas.

​​Para a Abraji, a crítica ao trabalho da imprensa é válida e necessária. Ao incitar, endossar ou praticar discurso de ódio contra jornalistas, porém, aqueles que reprovam as iniciativas de checagem promovem exatamente o que dizem combater: o impedimento à livre circulação de informações.

​​Os ataques pecam ainda pela imprecisão: o programa do qual o Aos Fatos e a Lupa fazem parte não envolve a retirada de conteúdos do Facebook ou o impedimento à publicação. De acordo com o próprio Facebook, conteúdos identificados como falsos continuarão disponíveis no feed de notícias; mas não poderão ser patrocinados. Quem quiser compartilhá-los receberá um alerta de que a veracidade da informação foi questionada.

Os critérios de checagem das agências são públicos e atendem aos requisitos da International Fact Checking Network (IFCN) -- um dos quais é o apartidarismo. A IFCN é parte do Poynter Institute, um dos mais renomados centros de formação e aprimoramento do jornalismo.

A Abraji se solidariza com os profissionais do Aos Fatos e da Lupa.

Diretoria da Abraji, 16 de maio de 2018.

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