Nosso Método


Metodologia de apuração e checagem do Aos Fatos

 

Como funciona

Aos Fatos é um site dedicado à checagem de fatos e à investigação de campanhas de desinformação. Por isso, adota métodos que prezam pela transparência do fazer jornalístico: referencia fontes, corrige erros e presta contas sobre seu financiamento.

A atividade de checagem de fatos conduzida pelo Aos Fatos, por meio da qual repórteres e editores avaliam a veracidade de uma declaração de uma autoridade ou de uma publicação nas redes sociais, é o ponto de partida da missão central da organização: combater desinformação. Embora Aos Fatos seja mais conhecido por suas checagens ex-post (pós-fato), suas investigações não são publicadas sem métodos de verificação ex-ante (antes do fato). 

Os jornalistas do Aos Fatos checam declarações de autoridades e influenciadores, além de boatos, fotografias, vídeos, áudios, gráficos, panfletos, desenhos e outras mídias. Esse procedimento é adotado para que sua audiência certifique-se da autenticidade daquilo que consome na internet e da veracidade do que seus representantes eleitos dizem.

A principal virtude da checagem de fatos reside na capacidade desse tipo de jornalismo de ajudar as pessoas a tomarem decisões melhores e de monitorar políticas públicas baseadas em fatos e evidências. Não há, no Aos Fatos, a vontade ou a intenção de persuadir leitores a adotarem determinadas agendas, mas incentivo a consumir informação baseada em fatos comprováveis.

Para verificar aquilo que tem chance de ser mentira, profissionais do Aos Fatos conferem a origem da desinformação, analisam seu conteúdo para entender o que há de errado, buscam em fontes confiáveis os fatos e dados para mostrar o que é factualmente correto sobre aquele assunto e, finalmente, publicam uma reportagem que traz a informação verdadeira.

Esse material pode ser formatado das seguintes maneiras, além de outras:

  • como um texto que classifica como FALSO, NÃO É BEM ASSIM e VERDADEIRO as informações checadas;
  • como uma reportagem investigativa aprofundada sobre temas relacionados à informação em questão;
  • como uma história em quadrinhos que explica esse assunto;
  • como um conteúdo em texto, vídeo ou ilustração que elucida e dá contexto aos fatos reportados;
  • como uma newsletter ou uma mensagem mediada por robôs em chatbots e aplicativos de conversa.

Antes da publicação no site do Aos Fatos, quaisquer desses materiais passam pelas mãos de ao menos dois editores: um deles confere junto com o repórter as fontes consultadas, enquanto o segundo faz a revisão final e confirma a coerência do método.

Caso o formato adotado demande a classificação do conteúdo entre FALSO, NÃO É BEM ASSIM e VERDADEIRO, todos os jornalistas envolvidos nesse processo devem chegar a um veredito a respeito do selo que será concedido à informação checada. Se necessário, outro editor deverá ser consultado, para tirar a prova real.

Aos Fatos não checa opiniões e previsões nem tópicos de pouca relevância para o debate público, como vícios de linguagem e questões de foro íntimo. Os jornalistas do Aos Fatos  são orientados a investigar, analisar, explicar e checar temas relevantes para sua audiência e que tenham impacto real na vida dos brasileiros. As fontes usadas para isso devem ser listadas ao fim de todo texto publicado no site, com links.

Essas regras foram convencionadas por quase uma década de jornalismo e estão em constante aprimoramento, uma vez que o ecossistema da desinformação também passa por transformações. Por isso, a partir da consolidação da equipe de inteligência do Radar Aos Fatos, entre 2019 e 2020, passou a publicar com cada vez mais regularidade investigações jornalísticas com análises de grandes bases de dados de perfis, contas, canais e sites desinformativos. 

Aos Fatos também cobre temas e fenômenos sociais que cercam o universo da desinformação e que, junto dela, podem gerar consequências graves. Fraudes digitais, discurso de ódio, grupos extremistas, inteligência artificial, revisionismo histórico e negacionismo científico são tópicos adjacentes ao discurso desinformativo. Neles, a mentira serve como matéria prima para o antagonismo radical e a divisão social. 

A relação de quem exerce poderio político e econômico por meio da tecnologia é também um tópico de interesse do Aos Fatos. A relação de simbiose entre figuras da política mundial e a internet dos anos 2010 e 2020 demanda uma visão holística sobre como as decisões são tomadas, para além do discurso mentiroso. 


A relevância dos fatos

Embora Aos Fatos se esforce para investigar informações públicas identificadas com todos os lados do espectro político, seus jornalistas também acreditam que quem está no poder deve e merece estar sob escrutínio preferencial. Trata-se de um método jornalístico clássico: a apuração deve levar em conta a relevância da figura a ser analisada.

Aos Fatos elege declarações e publicações para checagem de acordo com a influência do emissor e o potencial deletério de uma possível mentira. Sabemos que não só quem ocupa cargos públicos detém autoridade em ambiente digital, de modo que métricas como quantidade de compartilhamentos e visualizações em redes sociais, volume de audiência, quantidade de seguidores e presença em várias plataformas são decisivas para decidir quem ou o quê passará pela análise da Redação. Esses números são sempre divulgados em reportagens e checagens publicadas pelo Aos Fatos e são centrais para a identificação de padrões discursivos enganadores.

A repetida publicação de informações falsas, seja por autoridades democraticamente eleitas, seja por publicações de baixa qualidade, é elemento definidor da cobertura investigativa do Aos Fatos. É de interesse público quem fatura econômica e politicamente com desinformação, ódio e demais violências impulsionadas pelos meios digitais, e Aos Fatos compromete-se a investigá-los com rigor e excelência. 

Todos os jornalistas que integram a equipe do Aos Fatos estão sob escrutínio público, de modo que são expressamente orientados a não endossar formal ou informalmente qualquer discurso político-partidário. Defensora intransigente da democracia, a equipe do Aos Fatos não faz militância nem manifesta preferência— ela é estimulada a ouvir todos os lados, embora registre com destaque apenas aqueles que estão de acordo com fatos verificáveis. Quem tem compromisso com a mentira não tem espaço no Aos Fatos. Quem busca excluir minorias, idem. Qualquer comportamento destoante da busca pela isenção possível e da pluralidade não faz parte da filosofia do Aos Fatos, tampouco de sua linha editorial.

Aos Fatos assegura a seus leitores que sempre irá acompanhar todos os lados do debate político, mas lançará olhares sobretudo onde o poder mora. Aos Fatos exorta os seus leitores a distinguir posições políticas de temáticas partidárias.


Os selos

Aos Fatos conta com três selos para classificar as informações que constam de suas checagens e verificações.  

VERDADEIRO

O cerne do tema checado é condizente com os fatos reportados por fontes idôneas e não carece de contextualização para se mostrar correto.

 

NÃO É BEM ASSIM

A informação verificada está fora de contexto, foi inflada ou alterada, contradiz declarações passadas, carece de fontes e, sobretudo, tem como finalidade induzir a uma compreensão equivocada da realidade factual.

 

FALSO

Ao menos duas fontes confiáveis, além de dados e fatos apontam o oposto ao que a informação pretende afirmar.


Compromisso com o método

O monitor em tempo real do Aos Fatos, o Radar, segue metodologia própria. Como seu algoritmo investiga campanhas de desinformação, analisa grande quantidade de dados, o que demanda regras específicas de análise linguística, estatística e de inteligência. Para entender a metodologia das investigações do Radar Aos Fatos, clique aqui.

Aos Fatos segue desde 2016 um código de conduta internacional proposto pela IFCN (International Fact-Checking Network), sediada no Instituto Poynter, nos Estados Unidos. Seu objetivo é certificar a audiência de que as atividades jornalísticas desenvolvidas por seus signatários são apartidárias, obedecem um método público e estão comprometidas com a transparência.

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