Senadores sem voto declarado veem maior resistência ao impeachment em suas bases

Senadores que ainda não declararam abertamente seu voto na fase final julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff, encontram resistência ao impeachment em suas bases eleitorais.

Levantamento de Aos Fatos verificou que, dos dez senadores que se dizem indecisos ou que não revelaram preferência em seus sites oficiais e nas redes sociais, oito representam Estados do Nordeste. De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, é essa a localidade onde se encontram os maiores focos de contrariedade ao impeachment dentre todas as regiões brasileiras.

No Nordeste, 51% dos entrevistados pelo Datafolha entre 14 e 15 de julho últimos se diziam contrários ao impeachment. Outros 44% eram a favor. Aqueles que afirmaram ser indiferentes eram 2%, e mais 2% não souberam responder.

Dentre aqueles que não declararam voto, dois senadores nordestinos não votaram na primeira fase do julgamento, em maio passado: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Roberto Muniz (PP-BA). O primeiro se utilizou da prerrogativa do cargo para se abster; o segundo, suplente do senador afastado Walter Pinheiro (sem partido-BA), ainda não havia tomado posse. O titular se licenciou do cargo em junho para assumir a Secretaria de Educação do Estado da Bahia.

Veja, abaixo, quem ainda não havia declarado voto no processo de impeachment até a amanhã desta segunda-feira (29), qual Estado representam e como votaram na primeira fase do processo no Senado.

Aprovação a Temer. Está também no Nordeste o maior percentual de desaprovação ao governo interino de Michel Temer: 40% acham seu governo regular e 33% acham ruim ou péssimo — contra 13% que acham bom ou ótimo. Os números são semelhantes aos do Sudeste.