🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2024. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Posts distorcem frase para dizer que ministra da Saúde minimizou avanço da dengue

Por Luiz Fernando Menezes

7 de fevereiro de 2024, 15h55

Uma frase da ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem sido tirada de contexto nas redes para dar a entender que ela minimizou a gravidade do avanço da dengue, o que é falso. Na fala completa, ela diz que o SUS (Sistema Único de Saúde) precia estar devidamente articulado para combater o aumento de casos da doença. “Não é uma doença para ficarmos desestruturados, nem desorganizados, ao contrário. É uma doença que nos leva a uma maior mobilização e maior organização e, para isso, o sistema de saúde é fundamental”, afirmou Trindade.

A frase descontextualizada tem circulado principalmente no Instagram, em que acumula mais de 6.000 curtidas, e no Facebook, rede na qual foi compartilhada centenas de vezes. As peças enganosas circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

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Selo não é bem assim

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Publicações enganosas têm compartilhado uma declaração da ministra Nísia Trindade de que a dengue não seria “uma doença para ficarmos desestruturados” como se ela estivesse diminuindo a gravidade da infecção. As peças, na verdade, recortam e distorcem o sentido de uma fala da ministra sobre a importância de preparar o sistema de saúde para tratar e prevenir a doença.

Durante o evento de lançamento das atividades do COE Arboviroses (Centro de Operações de Emergências contra Arboviroses), no último sábado (3), Trindade explicou que o SUS tem condições e o conhecimento necessários para tratar os casos suspeitos:

“Não é uma doença para ficarmos desestruturados, nem desorganizados. Ao contrário. É uma doença que nos leva a uma maior mobilização e maior organização e, para isso, o sistema de saúde é fundamental.”

Não houve, portanto, diminuição ou negação da gravidade da dengue por parte da ministra. Na última terça-feira (6), Trindade fez um pronunciamento sobre a infecção e destacou que vários estados estão em situação de emergência por causa da dengue: “Essa situação exige ações adicionais do governo federal, dos governadores, dos prefeitos e de toda a população. Esse é o momento de intensificar os cuidados e a prevenção”.

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Casos. O Brasil já registrou, entre janeiro e 6 de fevereiro deste ano, 364 mil casos prováveis de dengue. A tendência é que o número de notificações em 2024 ultrapasse o recorde anterior, de 2023, quando foram registrados 1,65 milhão de casos prováveis da infecção.

A crise de saúde, no entanto, é maior em alguns estados: quatro unidades federativas já decretaram situação de emergência: Acre, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A cidade do Rio de Janeiro também emitiu declaração de emergência.

De acordo com o Ministério da Saúde, a alta dos casos se dá principalmente por causa do calor e da grande quantidade de chuvas no ano passado, que impulsionaram a proliferação do mosquito transmissor.

Referências:

1. Ministério da Saúde (1, 2, 3 e 4)
2. Metrópoles
3. EBC

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