🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Março de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Leitores desconfiam de notícias recebidas por WhatsApp, mas não checam informações

Por Sérgio Spagnuolo

1 de março de 2018, 19h30

Serviços como WhatsApp e Telegram são vistos com receio por consumidores de notícias: 43% das pessoas disseram não confiar na maioria das vezes em notícias vindas de aplicativos de mensagem, de acordo com pesquisa inédita realizada por Aos Fatos. Além disso, 30% disseram confiar no conteúdo apenas quando conhecem quem enviou uma informação.

Isso não quer dizer, no entanto, que esses meios não sejam tão eficientes assim para difundir rumores e falsidades. Pessoas que se têm aplicativos de mensagem e redes sociais como a principal fonte de informação estão menos propensas a checar as informações que recebem: 40% delas disseram que nunca ou raramente vão atrás de saber se informações recebidas por esses meios são verdadeiras, mesmo que ela desconfie do que está recebendo.

As constatações fazem parte de uma pesquisa de Aos Fatos com 805 pessoas a partir dos 18 anos de idade realizada nos dias 26 a 28 de janeiro e mostram um cenário de desconfiança das pessoas com o noticiário tradicional, além de clara preocupação com o problema representado pelas "notícias falsas". A margem de erro geral é de 2,5 pontos percentuais.

Leia o relatório completo aqui.

Veja 11 gráficos sobre a pesquisa aqui.

Aplicativos de mensagem, redes sociais e mecanismos de pesquisa são os principais meios pelos quais as pessoas acessam o noticiário. Recentemente, o Facebook anunciou mudanças em seu algoritmo para favorecer publicações de amigos e reduzir o alcance de empresas de mídia, algo que tem gerado bastante preocupação na imprensa.

Os acessos, diretos e indiretos, a sites de notícias foram assinalados 25% das vezes pelos entrevistados - considerando, além de acessos diretos a sites da imprensa tradicional, links clicados em redes sociais e também acessos diretamente sites de a veículos alternativos de imprensa. Por "indiretos" podemos entender acessos a quaisquer links externos vindos de redes sociais que levem a um veículo de imprensa. Nesse quesito, acessos diretos a sites da imprensa tradicional, por exemplo, representam apenas 10% da preferência dos entrevistados.

O problema representado pelas notícias falsas também é motivo de preocupação: metade dos entrevistados disse já ter tomado decisões (como interagir em redes sociais, votado em um candidato ou até brigar com alguém) por conta de informações falsas na internet.

Outro dado interessante é que pessoas que se informam por veículos tradicionais de imprensa são mais inclinados a reconhecer o problema: mais de 75% afirmam ter tomado decisões por conta de notícias falsas e 62% dizem desconfiar frequentemente das informações consumidas.

Por outro lado, consumidores de notícias cuja origem são veículos alternativos de imprensa, dentre eles sites com linguagem carregada para qualquer um dos lados do espectro ideológico, são os menos propensos a admitir que já tomaram decisões baseadas em falsas informações, embora mais da metade dos respondentes dessa categoria tenham dito desconfiar frequentemente das informações que consomem.

O que motiva esse cenário? A busca por audiência e ganhos políticos ou financeiros por parte de sites de notícias são as principais motivações apontadas para a existência das notícias falsas no Brasil, segundo os entrevistados. Esses motivos foram assinalados por mais de 35% dos entrevistados, que foram solicitados a assinalar até três motivos principais para este evento.

A falta de citação para fontes e referências, como por exemplo links externos, foi a característica mais indicada pelos entrevistados como algo que possa levantar dúvidas sobre a veracidade de uma notícia, com 42,5% dos usuários apontando esse item. Linguagem repleta de adjetivos e falta de transparência do jornalista sobre como ele chegou a tal informação foram assinalados por 29% dos usuários.

Leia o relatório completo aqui.


Reportagem atualizada em 2 de março de 2018 para esclarecer informações do quinto parágrafo.

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.