The Kingsway School

🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

8 maneiras de evitar cair nas mentiras daquele estudo revolucionário

Por Daniel Funke

3 de abril de 2018, 20h20

Este manual foi produzido pela International Fact-Checking Network por ocasião do Dia Internacional do Fact-Checking, em 2 de abril.

Se você nunca recebeu uma corrente de e-mail de alguém da família com um link para um novo estudo sobre chocolate, você é uma pessoa de sorte.

Mas, para o resto de nós, dissecar os estudos mais recentes sobre saúde e ciência pode ser uma tarefa árdua. Estudos ruins podem enganar muita gente, mesmo quando são conduzidos por pesquisadores de verdade. A “ciência lixo” é um problema tão grande que se tornou até assunto daquelas listas populares em alguns dos principais veículos de notícias.

Para lidar com a onda de desinformação sobre ciência e estudos acadêmicos, algumas organizações especializadas em checagem de fatos, como Climate Feedback e HealthNewsReview, surgiram. Um podcast conduzido por professores da Universidade de Boston examina exclusivamente como os estudos são conduzidos e se são ou não confiáveis, algo semelhante ao podcast Science-based da Gimlet.

Mas os checadores não podem cobrir tudo. Veja uma lista de dicas sobre como você pode se tornar um leitor mais perspicaz de estudos da moda e evitar espalhar desinformação.

1

Seja cético: quanto mais fantástica ou absurda a descoberta, menos provável é que seja verdade. Achados contraintuitivos devem ter muito mais evidências para provarem que são verdadeiros.

2

Tente pesquisar pelo estudo no Google. Ele foi divulgado por grandes veículos ou por checadores? Muitas vezes eles escrevem sobre estudos sólidos.

3

Verifique a experiência do especialista. Reportagens às vezes citam autores específicos, mas seus nomes também estão disponíveis se você pesquisar o título do estudo. Procure seu perfil no Google Acadêmico, no ResearchGate ou em sites de instituições e universidades.

De Emmanuel Vincent, fundador e líder de projetos na Climate Feedback: “O perfil deve ser vinculado a uma lista de publicações em revistas científicas revisadas por pares. Se um especialista não tem publicações recentes sobre o tópico em questão, é muito menos provável que seja uma autoridade científica sobre o assunto”.

4

Ao mesmo tempo, lembre-se de que todos os veículos não são iguais — alguns são mais confiáveis ​​do que outros. Verifique a reputação dos jornais, sites ou revistas científicas, percebendo se eles estão incluídos nesta lista de "publicadores predatórios", compilados pelo bibliotecário Jeffrey Beall, da Universidade do Colorado. Esses publishers só exigem que os autores paguem para publicar.

O Scimago Journal & Country Rank é outra boa maneira de avaliar a posição de uma publicação na comunidade acadêmica. “Especialistas falsos podem tentar publicar em revistas de baixa credibilidade para parecer que têm formação acadêmica”, diz Vincent.

5

Fique atento a conflitos de interesse que não são imediatamente evidentes. Para estudos de saúde, consulte a lista de especialistas independentes do HealthNewsReview.org. (Para mais dicas sobre checagem de estudos de saúde, confira este manual).

6

Pense criticamente sobre o que os números realmente estão dizendo, não apenas como eles estão sendo divulgados. Cuidado com a linguagem causal, porque há muitos estudos ruins que misturam correlação com causalidade.

7

Descubra quais são os temas do estudo. Pesquise seu título no Google Acadêmico e leia o resumo. Só porque algumas descobertas são verdadeiras para testes em animais, como ratos, isso não significa que os mesmos efeitos serão observáveis ​​em humanos, por exemplo.

8

Procure por algumas das limitações do estudo. Muitas vezes, para estudos revisados ​​por pares, eles estarão listados no alto de um artigo e são importantes para contextualizações. Além do que o estudo te mostra, pense no que ele não te diz.

Para mais dicas sobre checagem de estudos científicos, leia este último manual. Tem uma dica que não está em nenhuma das duas listas? Envie para nós em factchecknet@poynter.org.


Tradução: Bárbara Libório, do Aos Fatos
Revisão: Tai Nalon, do Aos Fatos

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.